Monday, November 28, 2011

Redescobrindo Londres

Como é possível um local tão conhecido, ainda, surpreender. Isso é viajar, podemos repetir o destino, mas não a viagem... O meu reencontro com Londres foi assim. A cidade cinza que povoava a minha memória se encheu de graça e luz nesse novembro.

Cheguei preparada, com um guarda-chuva nas mãos, e o sol reinava na capital do Reino Unido. Já estava frio, mas com o calor do sol e o pouco vento, a temperatura era agradável. Faziam 4 anos, desde que eu passei uma temporada de 6 meses em Londres estudando inglês e fotografia.

Naquela época, Londres para mim era mais fria, cinza e úmida. Dessa vez desci do avião e fui direto encontrar minha grande amiga, a Camila, que mora por lá agora. O sol e o nosso caloroso abraço de reencontro já deixou o clima bastante alegre.

Era quinta-feira e fomos para o bairro do Soho, numa casa de Jazz chamada Ronnie & Scotts. Estava cheia, com banda ao vivo e o público dançando de parzinhos na pista, muito divertido, uma viagem no tempo. Mas acabou cedo, e a meia-noite, com toda animação da chegada, partimos para outro lugar, uma balada chamada Whisky Mis, com música pop e menos animação na pista, mas a companhia estava valendo muito a pena...

No dia seguinte, acordei com a Camila, ela foi trabalhar e eu fui passear pelos meus lugares preferidos. Andei na Portobello Road, fui para o Hyde Park e depois ao Tate Modern, onde estava tendo uma exposição fantástica do Gerhard Richter.

A noite estava cansada, mas, mesmo assim, fomos num pub perto da casa da minha amiga, em Putney, o Citizen Smith. Estava cheio e não de turistas, de pessoas locais, bebendo suas pints e dançando bastante.

No sábado fomos conhecer o Richmond Park, um dos maiores de Londres, parece uma fazenda, com lagos e diversos animais. Tentamos fazer umas comprinhas na Oxford Street, que estava abarrotada de gente e fomos para o Hyde Park. Tinha um festival de inverno no parque, incrível, montaram um parque de diversões, pubs e lojinhas.

Como era sábado, dia oficial de sair, não dispensamos a balada e fomos com uns amigos para a Tramp, em Mayfair. É um clube noturno para sócios, muito bonito e elegante, que existe há 40 anos... Estava com uma decoração natalina, clássica, combinando com o ambiente da casa. Lotada de gente, difícil de caminhar e dançar na pista, não é o meu tipo de balada, mas foi muito interessante de conhecer.

O domingo amanheceu com muito neblina, assim como a minha cabeça e o meu corpo. Ficamos mais tranquilinhas e a noite, tive o privilégio de ver a minha amiga, cantando musicas brasileiras, em um pub, o Slung and Lettuce,. Foi a melhor despedida. Dessa vez fui embora já com muita vontade de voltar...

Tuesday, November 1, 2011

A Bela Santa Catarina

Freqüento as praias de Santa Catarina desde minha adolescência. Foi o lugar das melhores férias de verão, largada na praia, fazendo passeios, vivendo a independência e descobrindo a natureza e a vida. Fazia uns bons anos que eu não passava uns dias por lá.

Fui primeiro para a praia da Silveira, que fica em Garopaba. Uma praia de tombo, com ondas fortes e que ainda preserva os ares de selvagem e isolada. Pude desfrutar de dois dias de silencio lá, caminhei, tomei sol, só não consegui entrar no mar, que estava muito gelado.

A primavera em Santa Catarina é bem chuvosa, a temperatura está um pouco mais alta, mas ainda faz um friozinho para quem está acostumado ao clima paulistano. E o mar é sempre gelado. Em algumas praias venta muito, principalmente quando está vendo noroeste.

Depois do descanso na Silveira, fui para Florianópolis. Para mim, Florianópolis é a cidade maravilhosa. Ares de cidade, misturados com diversas praias e relevos diferentes. Tenho dois primos que moram lá, então freqüentei a cidade como manézinha da ilha, o modo carinhoso de se chamar quem nasceu em Floripa

Peguei praia na Joaquina, onde tinham muitos turistas para uma segunda-feira comum. Lá tem dunas de areia, onde as pessoas fazem sandy-board. Fiz a trilha da Lagoinha do Leste, que sobe o morro até a praia, vista linda, praia selvagem... E fui para a praia do Santinho.

Também comi em restaurantes legais, com ótima culinária. Passeie na Lagoa e fui embora com algumas programações pendentes... Santa Catarina é um estado muito bonito, apesar de ser mais frio nas baixas estações, a tranqüilidade me cativa muito mais que freqüentar o estado no verão, quando os turistas brasileiros e argentinos invadem as praias de lá.

Thursday, September 15, 2011

entre amigas





Eu e a Paulinha (modelo nessas fotos) somos amigas desde a escola. Crescemos e sonhamos juntas, sempre. Hoje ela trabalha com moda e eu com fotografia. Decidimos unir nossas artes e nos divertir um pouco brincando com poses, looks e ângulos. A locação foi o banheiro da minha casa.





Meu animal preferido na África

Tuesday, August 30, 2011

Salve África

Com aquela curiosidade aventureira, a África sempre rodeou meu sonhos de destinos. Aquele enorme continente, repleto de animais... Mas o costume de generalizar a África não é justo. O continente tem 54 países, é o terceiro maior do mundo e sem dúvida, o mais pobre. Então conhecer realmente tudo aquilo, e suas diversidades é muito difícil, demanda um bom tempo. Sendo assim, escolhi focar a minha expedição nos safáris, ver o bichos, os “Big Five”da África.

A escolha do roteiro buscou isso e me deparei com dois paises principais de safári: Quênia e Tanzânia. Já tinha lido mais a respeito do Parque Nacional Masai Mara, no Quênia, mas o pessoal da agência de turismo foi enfática dizendo que o Parque do Serenguetti era muito maior que o Masai Mara, em terras adjacentes e com grande quantidade de animais. Os dois parques fazem fronteira, mas cada um está em um país.

Confiei na agência e decidimos explorar os parques da Tanzânia. Foi uma decisão certeira! No Quênia, visitamos Naiorobi, que é uma capital nada charmosa com um trânsito caótico. Nos arredores de Nairobi visitamos o orfanato dos elefantes, que é uma gracinha, com filhotes abandonados sendo cuidados muito bem por suas “babás”. É possível ver os elefantes tomando mamadeira, enquanto um guia conta a história de cada um: nome, onde foi encontrado, idade... O local onde eles dormem também fica exposto e tem uma cama onde o “babá” (porque são todos homens) dorme para poder cobrir o pequeno elefante com um cobertor a noite. Visitamos também o centro de girafas, com três lindas girafas em que se pode ver e alimentar bem de pertinho.

Seguimos para a Tanzânia de carro, no dia seguinte. Atravessar a fronteira é uma coisa meio bizarra, confusa, com muitos vendedores ambulantes, estrangeiros, filas desordenadas. E se paga para obter o visto, sempre.

A primeira parada na Tanzânia, foi em Arusha, cidade de apoio para todos os Parques Nacionais. Uma cidadezinha simpática, bem arborizada, com vários resorts e restaurantes e uma boa parte da população é muçulmana, além de se poder avistar alguns Masais.

Os Masais são uma comunidade de ex-nômades, que foi descendo ao longo do Rio Nilo, durante os últimos séculos e hoje habita o Quênia e a Tanzânia. Eles têm autorização para viver em alguns Parques Nacionais, e matêm sua cultura bem preservada. Moram em pequenas aldeias, cada uma comporta uma família, mas os Masais são poligâmicos, então as famílias são bem numerosas.

Passando Arusha, já nos dirigimos ao primeiro Parque Nacional que íamos visitar, o Lake Manyara, que como no próprio nome já diz, possui um enorme lago. É um parque com vegetação mais densa, o que dificulta a visibilidade dos bichos, porém proporciona uma bela paisagem, compõem um cenário de selva. Vimos muitos macacos, alguns elefantes, zebras, girafas e veados. Os hipopótamos só pudemos avistar em um poço, bem longe. Foi uma exploração curta, apenas pela manhã, a tarde pegamos a estrada rumo ao Serenguetti.

A estrada principal era de asfalto, mas logo que entramos em território de parques nacionais já enfrentamos estrada de terra, com muita pedra e pó, o que se tornou “habituê” dos próximos dias.

No final da tarde, já próximos ao nosso lodge, avistamos um cheetah subindo em um morrinho e um belíssimo pôr-do-sol saudando a temporada de safári na África.

Lá eles chamam o safári de “drive game”, que consiste em ficar percorrendo o parque nacional de carro, em busca dos animais. Não é permitido descer do carro, só em áreas delimitadas para isso, onde geralmente há banheiros e mesas de piquenique. Os guias, que são também os motoristas, tem rádio e passam se comunicando para saberem por onde estão os bichos.

Quando algum animal dos mais “difíceis”de ver é encontrado, é normal ficar um montão de carros juntos, todos observando. Ficamos assim em um grande grupo para ver um leopardo, que de início ninguém do nosso carro tinha visto, ele estava deitado no mato e se camufla muito bem no gramado seco. Ficamos cerca de meia hora esperando e não é que o bicho se movimentou e subiu na árvore, bem na nossa frente, cena linda. Recompensa, quando todos ficam olhando hipnotizados em suas câmeras fotográficas ou em seus binóculos.

A paisagem no Parque Nacional do Serenguetti é o melhor exemplo de savana, em sua maioria os campos são cobertos de uma graminha fina e alta, com árvores espaçadas e alguns agrupamentos de vegetação envolvendo pedras, chamados de simbas. Fomos na estação de seca, quanto essa grama fica amarela. Nesse parque é possível fazer passeio de balão ao nascer do sol, e ter uma ideia melhor da imensidão do parque diretamente do céu... É um passeio mais para observar a paisagem mesmo, já que lá de cima os bichos ficam muito pequeninos. O legal é que o balão sobe ao nascer do sol, então o fenômeno natural sempre brinda com cores incríveis.

Passamos três noites no Serenguetti e avistamos todos os principais animais, exceto o rinoceronte, que o nosso guia garantia ser mais fácil de ver em Nhogorogoro, o último parque de nossa viagem.

Na estrada para Nhogorogoro se vê muitos masais, porque é o parque onde eles têm autorização do governo para viver. Visitamos uma aldeia, um passeio que já se tornou atração turística! Os masais cobram de U$ 20 a 25 por pessoa para visitar a aldeia. Te recebem dançando e cantando uma musica típica de boas vindas, onde tanto os homens como as mulheres pulam bem alto, símbolo de força para eles. Depois algum membro da vila, que fale inglês, vai contando um pouco dos costumes deles e responde a todas as perguntas, impressionante como é bem organizado, nesse momento você fica sentado escutando dentro da casinha de alguma mulher. A última visita é na escola, e todas as crianças contam os números em inglês e swahili.

É uma cultura interessante, um povo auto-sustentável e com costumes arraigados. A bebida sagrada deles é sangue de gado com leite. Quando os meninos entram na adolescência eles são circuncisados e vivem por um tempo isolados, em um grupo de meninos com um mentor. Pintam a cara de branco e passam aprendendo algumas lições, entra elas, era tradição caçar um leão, caça que o governo proibiu. Quanto voltam a comunidade, estão prontos para casar. Podem se casar com quantas mulheres quiserem e elas vão construindo suas casinhas em circulo, por ordem de casamento, assim formam-se os vilarejos.

Chegamos no hotel de Nhogorongoro no final de tarde. Lá faz mais frio, porque os hotéis e pousadas não ficam na cratera do parque, estão todos na borda, uma região alta. O pôr-do-sol foi incrível, uma bola de fogo vermelha, entre as nuvens e as fendas de terra da cratera.

No dia seguinte, cedinho, já começamos a descer para o fundo da cratera, paisagem linda, totalmente diferente das outras... Na descida ainda tinha uma vegetação mais verdinha, com muitas arvores. No buraco, os campos estavam mais secos, era uma mistura grande de azul e amarelo, o céu e a grama. Já começamos encontrando vários leões, na verdade, como sempre, principalmente leoas, é bem mais difícil ver o macho... Todos dormindo, bem próximo da estrada, delícia, eu me apaixonei pelo leões. Ficamos um tempo vendo eles, até todos do carro perderem a paciência comigo e continuarmos a busca por novos bichos.

A nossa volta tinham inúmeras zebras e ignous, também avistamos um javali e um gato selvagem. De repente, comunicaram no rádio, para o guia, que o rinoceronte estava aparecendo bem próximo a estrada, seguimos para o local. Lá já estavam uns 20 carros parados em fila dupla, entramos no meio para observar o grande rino negro. Um animal enorme, de força suprema e pouco convívio social.

Passeamos também para ver a paisagem dos dois lagos que existem na cratera, um doce e outro salgado. Nhogorongoro é um local de água em abundancia, por isso reuni muitos animais, me parecia muito uma grande Arca de Noé.

Wednesday, June 22, 2011

O Rio de Janeiro continua lindo...

Caramba, eu, brasileira, gaúcha, paulista de residência há 20 anos, eterna viajante, 27 anos de idade e até hoje, não conhecia propriamente o Rio de Janeiro. As vezes o que está tão perto, acabamos deixando sempre para depois!

Passei três dias no Rio e já foi suficientes para voltar apaixonada pela cidade. Adorei passar por túneis com vista para o mar, cruzar morros, ver lagoas e tudo em plena cidade grande!! Se o trânsito de São Paulo tivesse esse tremendo visual, não seria tão estressante...

Ficamos hospedadas na Barra, que é um pouco longe de tudo, mas a praia tranqüila e bonita recompensa, ainda mais ficando num prédio de frente para o mar, no 14 andar, com a vista da orla inteira.

Minhas companheiras de viagem foram minha amiga Fernanda, 27 anos, arquiteta, e sua filhinha Maria Gabriela, 1 ano e 7 meses. A bebê ditou o ritmo de nossa viagem, que se definia em aproveitar bem o dia, começando pelas 7h30 da manhã e terminando lá pelas 21h00 quando voltávamos para o flat.

Nada melhor que praia de manhã cedinho, menos vento, sol gostoso e pouca gente. Esse foi nosso primeiro programa durante os dois dias que curtimos o Rio. No sábado, depois da praia seguimos para a Avenida Rio Branco, bem no centro da cidade. O destino era o Centro Cultural da Justiça Federal, um casarão antigo, muito bem conservado que abriga exposições de arte e tem um pequeno restaurante. Fomos ver a exposição FotoRio. Bons artistas e uma montagem bonita, criativa para cada autor.

Depois a ideia era pegar o trenzinho para subir o morro de Santa Tereza. Chegamos na estação, mas tinha uma grande fila. Até esperamos um pouco, mas o trenzinho é muito pequeno e passa um a cada meia hora... fomos de táxi mesmo!! Lá em cima é um lugar bem turístico mesmo. Dava para ouvir diversas línguas diferentes.

Sentamos num restaurante que estava rolando um sambinha ao vivo. Os músicos estavam sentados em uma mesa normal, fazendo som. Foi ótimo para distrair a Gabriela, que geralmente não tem paciência para restaurantes, mas com música ao vivo, ficou mais divertido.

Já eram umas 18h30 quando descemos o morro e fomos encontrar uma amiga na Urca. Outro lugar com um tremendo visual... alem da orla cheia de barcos, em um dos morros de fundo estava o cristo, bem iluminado. Bom papo, boa companhia e boa cerveja!!

No dia seguinte, depois da praia fomos ao Jardim Botânico, eu adoro árvores e plantas e o dia estava bonito. O almoço foi indicação de uma outra amiga paulista, semi-carioca, a Paulinha, que nos disse para irmos ao Giuseppe Grill, no Leblon, onde comemos um peixe assado excelente.

E para encerrar nossa viagem e fazer a digestão, fomos dar uma caminhada no Leblon. Conhecer o Rio foi como descobrir a possibilidade de união entre uma cidade grande, com mercado de trabalho e uma cidade de praia e natureza. Mas como nem tudo é perfeito, a violência por lá ainda me assusta, mesmo não tendo visto nada durante esse tempinho.

trio da viagem

Monday, May 16, 2011

Algumas paradas no Jalapão...

A duna:



A cachoeira da formiga:


O fervedouro:

O vale do Jalapão



Jalapão, uma imensidão no cerrado

Eu gosto de destinos exóticos, pouco explorados e tenho uma grande fixação por conhecer todo o Brasil, em sua enorme diversidade. A primeira vez que ouvi falar no Jalapão foi há uns dez anos, quando o Rally dos Sertões passou por lá. Me disseram que era uma imensidão onipotente, com muito areão e estradas de terra que não acabavam nunca.

Alguns anos depois, trabalhando na revista Caminhos da Terra, eu fazia uma seção sobre roteiros de aventura e vira e mexe publicava algo sobre o Jalapão. E logo sentia aquela vontade de poder visitar um dia...

Em uma viagem a Chapada dos Veadeiros, conheci um aventureiro de Palmas que tornou a me falar do Jalapão: “é um lugar incrível, cheio de cachoeiras, eu já percorri toda região de bicicleta...” Mais uma vez aquele meu sensor, em busca de novas paisagens, se manifestou: tenho que ir para o Jalapão. Acredito que as vezes a gente é chamado a visitar certos lugares, e talvez isso tenha uma hora certa para acontecer.

Atendi a esse chamado em abril, e finalmente embarquei para o Jalapão, em uma excursão. Fui pela agência Venturas, que fechou a expedição com a Korubo, uma operadora fixa no Jalapão. A Korubo tem um acampamento permanente e bem equipado ao lado do Rio Novo.

A viagem começou em Palmas, onde no hotel, um caminhão adaptado para transportar passageiros nos pegou. As distancias são longas e a velocidade do caminhão deixa o trajeto ainda maior. Até a cidade de Ponte Alta, entrada do perímetro do Jalapão, a estrada é asfaltada, depois são apenas estradas de terra. Para percorrer 300 km de Palmas ao acampamento da Korubo, gastam-se 6 horas.

Algumas estradas de terra estão bem cuidadas, outras apresentam péssimo estado, com muitos buracos. Mas com carro 4X4 é tranqüilo de rodar por toda a região.

Na maioria das fotos que eu via do Jalapão aparecia a famosa duna de areia, e na minha cabeça o Jalapão era um deserto... Também referem-se a ele como Deserto do Jalapão. Mas não é nada disso, o Jalapão é chamado de deserto, por ser uma região muito grande, 30 mil km2, com um número minúsculo de habitantes. Um lugar bem bom para se sentir realmente isolado, distante, em meio a fantástica vastidão e onipotência da paisagem.

Está localizado, ao leste de Palmas, no cerrado brasileiro, região que tem duas estações definidas: seca, no inverno, quando o céu fica bem aberto pois não chove e cheia no verão, época em que chove praticamente todos os dias. Os atrativos são inúmeros, desde dunas, cachoeiras, nascentes naturais a morros, rios, praias de rio... É uma grande planície de terra vermelha, rodeada por serras e chapadas.

Na Cachoeira da Formiga é incrível ver a cor da água, azul turquesa, e uma delícia de nadar. A Duna impressiona. Como no meio de uma planície verde pode haver areia...? O que se justifica na sedimentação de um morro.

O famoso Fervedouro é uma nascente de água que está bem em um poço de areia. Então a água constante mente está empurrando a areia fina para cima, fazendo um redemoinho. Por mais que não dê pé, a gente não afunda! Adorei a sensação de entrar nesse poço e o corpo não afundar. Você fica pulando e parece uma cama elástica natural que te empurra para cima.

O que se tornou cansativo em nossa viagem foi a volta ao mesmo local sempre, o acampamento. O Jalapão é imenso e se você ficar sempre em um mesmo ponto, tem que percorrer distancias grandes de carro todos os dias para chegar aos atrativos. A gente perdia de 4 a 6 horas por dia em deslocamento. Isso pode até ser divertido se você está no seu 4X4, dirigindo, curtindo uma aventura off road, ou de co-piloto, desvendando os caminhos. Só de passageiro fica monótono.

O Jalapão é um local excelente para quem gosta de dirigir na terra, um parque de diversões., com estrada de terra sem fim. O mais legal é planejar uma rota e dormir cada dia em um local diferente, são 4 principais cidade que formam um quadrilátero na região: Ponte Alta do Tocantins, Mateiros, São Felix do Tocantins e Novo Acordo. Dá para dormir em pousadinhas nas cidades ou acampar, em algumas cachoeiras e praias de rio, tem estrutura de camping.

Outra maneira de explorar o Jalapão é pelos rios, fazendo rafting. O local é considerado o melhor ponto de rafting no Brasil. Algumas operadoras fecham pacotes de 4 dias, fazendo rafting e acampando a noite.

Apesar de ter embarcado com muitas expectativas e alguns julgamentos errados acerca da região, foi muito bom percorrer esse enorme pedaço isolado das terrinhas brasileiras. E eu quero voltar, guiando o meu jipinho, para uma aventura mais off road...

Mapa do Jalapão

Thursday, March 31, 2011

London Memories

Muitas pessoas ao meu redor estão indo morar em Londres. Me deu uma saudade daquelas terrinhas gélidas e chuvosas, que resolvi falar um pouquinho sobre os meus lugares favoritos de Londres.

Tate Modern

O museu de arte moderna fica nas margens do Rio Thames, dá para ir caminhando que é bem gostoso. Sempre rola umas boas exposições temporárias. No acervo permanente um destaque para obra Tropicália do Hélio Oiticica. Tem uma sala com grandes obras surrealistas também. E um quadro gigante do Monet, o qual eu fiquei hipnotizada quando vi. A livraria do museu também merece uma visita.

http://www.tate.org.uk/modern/

Greenwich Park

O parque onde passa o famoso Meridiano de Greenwich é um parque enorme, muito agradável e com uma vista incrível de Londres. O Parque fica bem ao sudeste do centro, um pouco longinho, mas o legal é explorar os meios de transporte. Para ir, eu sugiro usar o trem e na volta dá para pegar um barco pelo Rio Thames e ir chegando ao centro pelo rio, vendo a cidade por uma diferente perspectiva!

Coven Garden

Além das lojinhas e baladas que tem por lá, sempre está acontecendo algum espetáculo de rua. Aglomera muito turistas, mas é legal passar por lá de vez em quando.

London Eye

A famosa roda gigante, cartão postal, apesar de sempre ter fila, não demora muito. A vista aérea de Londres é bem legal. Eu sugiro o passeio no final do dia, para apreciar o pôr-do-sol lá de cima.

Markets

As feiras de rua são tradicionais nos finais de semana. A Portobello Market, na acontece sábado e tem muitas antiguidades, além de estar em um bairro bonito para passear. A minha preferida era a Spitalfields Market, de domingo, vende roupas, bolsas, umas coisas bem diferentes e bonitas. Tem barraquinhas de comidas e alguns restaurantes ao redor. Mas para pirar com as comidas e ingredientes europeus, legal mesmo é ir no Borough Market, de sexta e sábado, e depois se jogar na cozinha!

Tuesday, March 22, 2011

Lee Miller, a fotógrafa







Lee, a fotografa








Lee Miller, a musa e a fotografa

Viajar é uma grande estímulo e oportunidade de conhecer coisas novas e talvez despertar interesse por assuntas antes nem pensados. Eu passei um tempo na Europa e no Museu do Picasso de Barcelona conheci o trabalho da fotografa americana Lee Miller. Alguns meses depois em Londres, no Vitória & Albert Museum, excelente museu, rolou uma exposição sobre a obra toda de Lee. Uma mulher “avant la garde”.
Nasceu no começo do século XX, no interior de Nova Iorque. Começou a carreira como modelo para a Vogue, convidada pelo fundador da revista Condé Nast, enquanto passeava pelas ruas de Nova Iorque.
Fez grandes trabalhos para a Vogue como modelo, muitas vezes fotografada por Edward Steichen. E em 1929 decidiu ir morar em Paris e tornar-se fotografa. Indicada por Steichen, foi procurar Man Ray, para tornar-se sua assistente.
Era uma mulher bonita, persistente e forte, conseguiu convencer Man Ray a aceitá-la como assistente e aluna. Juntos formaram uma grande parceria, ele ensinou tudo a ela. Eles desenvolveram o método de solarização, muito usado na fotografia surrealista. Foram também amantes. Lee participou do Movimento surrealista como fotógrafa e musa. Foi pintada por Picasso, participou de um filme de Jean Cocteau e é a modelo de diversas fotos de Man Ray.
Além de ter participado do movimento surrealista ativamente, mais tarde casou-se com Roland Penrose, pintor surrealista e colecionador de arte, ela também foi uma das poucas mulheres que praticava os preceitos do movimento em sua vida. Lee tinha o espírito surrealista. Vivia conforme seus desejos, não deixava a sociedade ser uma imposição em seu comportamento. Agia por impulsos. Deixou Paris e voltou para Nova Iorque, onde teve um badalado estúdio de fotografia.
Com o estúdio cheio de clientes, muitos deles famosos e ricos ela largou tudo para se casar com um egípcio que a levou para o Cairo. Em 1937 conhece Roland Penrose, durante umas férias na França e apaixonasse loucamente por ele. Dois anos depois, abandona o Egito rumo a Londres para viver com ele.
O segundo período de sua produção fotográfica se deu principalmente na Europa, trabalhando para a Vogue e outras revistas da mesma editora. Conseguiu autorização para ser correspondente de guerra pela Vogue, na Segunda Guerra Mundial. Uma mulher realmente moderna, independente e ousada para o seu tempo, com um rico arquivo de imagens.
Foi sem duvida um grande encontro meu com a obra dessa artista. Cursei pós-graduação em História da Arte na Faap, e levei a Lee Miller como tema da minha monografia.